29 junho 2005

Sobre não ser compreendida

As dores me inspiram
Dúvidas me flagelam
Queria saber escrever de alegrias, de esperanças,
mas esses sentimentos ficam nos olhos e as angústias no peito de quem sente.

Do que adianta me entregar se quem me escuta não me ouve
O destinatário lê e finge que não entende.
Creio que não é preciso ser mais clara
Ser mais clara é ser mais transparente do que tenho sido,
é dar meu coração ao alvo de um arqueiro.
Não posso permitir mais que esse pedaço de carne seja destruído.

Vou esquecer, assim como ainda tento esquecer lembranças do passado
Vou ser dura, assim como as armaduras de outro tempo
Mas não me julgue, depois, por frieza e egocentrismo
Lhe dou mais do que merece.

Peço forças para que eu não permita que seja mais uma vez pisada.
Não sei brincar de sentimentos.
Peço forças para que eu seja ainda mais forte do que eu,
e coragem para me amar mais do que a outro.

20 junho 2005

O que é afinal?


O que estou fazendo?
Em que ando pensando?
O que eu realmente quero?

Alguém que se pareça com você. Alguém doce, especial, meigo, inteligente, sensível como você. Até seus defeitos, que hoje enxergo: muitos. Ainda assim, adoráveis espinhos... Aquelas pequenas feridas que me infligiam de suas palavras amargas nada se comparam as que hoje tenho, deixadas por sua partida.

O vazio deixado por quem aqui esteve, o silêncio da voz calma que se calou para sempre... Nem um rastro, nem uma pegada, nem uma notícia, nem um sopro de vida... Das perguntas do início as respostas ainda não tenho.

Me confundo as vezes, me iludo muitas outras... é essa ingenuidade louca de pensar, é essa impaciência de esperar, é o medo de errar, e erro tanto, tanto. Ainda há algo aqui , no peito, não sei distinguir, sobre algo novo que se repete como o velho... só que agora, nada correspondido!

14 junho 2005

Passo


Há uma impossível hora da noite em que despimos a roupa, toda a roupa, para a admissão do que está sobre a pele : a própria pele. E do que está sob ela, músculos, coração, órgãos internos. Nossas fragilidades, nossos limites. Nossos sonhos, nosso desejo. Despida a roupa, mais nada a proteger-nos . Somos nós e nós.
Uma hora de silêncios almofadados pelos pequenos ruídos da madrugada, a deste reconhecimento. A hora que nos permite tomar decisões .
Dei o salto que havia a ser dado. Um salto na direção da minha verdade, da minha integridade nesta aventura . Uma guinada, onde tantos hesitam. Pode-se dizer que nunca me arrependerei do que fiz, ou do que não fiz. Temos da vida apenas o que vivemos e é nisso que baseamos o nosso olhar se tivermos um pouco de sabedoria. A vida não nos espera quieta. As margens deste rio não são uniformes, as águas caminham suaves em pequenas praias, despencam vertiginosamente, rolam sobre rochas, correnteza imparável, roçam arestas. Cabe-nos avaliar, atos e conseqüências, sem medo. Mas principalmente cabe-nos viver. Não se pode esperar apenas limpidez e calma. Corro o risco de que me imaginem uma criatura destituída de autocrítica a engrandecer seu próprio caminho. Ah, não. Tenho-a de sobra e ainda estou aprendendo a vida. Erro, acerto, erro novamente. Mas não me arrependo, não renego, não me curvo às soluções fáceis, não desvio o olhar de mim mesma. E sorrio, porque sempre tenho vontade. Vontade, sabem? E a necessidade intrínseca de não me deixar transformar numa criatura de convicções inflexíveis. Numa criatura amarga, numa criatura cínica. Ou como tantas, em alguém que despreza o que não alcançou apenas porque não chegou lá.
O mais é olhar os dias passarem com a paciência de quem sabe onde quer chegar e sabe que na vida não se chega facilmente a nenhum lugar. Paciência não é acomodação, ou medo, ou desistência. É não nos precipitarmos para agarrar freneticamente algo que nem sabemos o que é, ou se é. Tudo custa um olhar demorado, muita tolerância, atenção aos detalhes. Carinho para preservar o que amamos. E determinação. A decisão firme de ser feliz. O corpo e a mente abertos ao amor. A inteireza aberta às diferenças, aos pensamentos divergentes. Sempre o espaço para reexaminar o que se apresenta. Rever, reavaliar.
Nunca fui uma mulher perfeita. Isto é de certa forma um orgulho. Não preciso, não quero disfarçar os meus defeitos, eles não me envergonham, ainda que se constituam falhas. Não os escondo. Mas não os exibirei aqui. Defeitos e qualidades são temas para a intimidade. Afinal quem sou eu além de mais um ser humano neste mundo, uma mulher? Nada. Isto é o muito e o pouco que sou.
Dei o salto que havia a ser dado. E é isso que interessa. Darei outro quando se apresentar o átimo por onde meus olhos deságüem.

Silvia Chueire

A parte em itálico é o meu dilema...

13 junho 2005

Sem Espuma Em Cima Do Cappuccino


E você é como um Jesus dos anos 90
E você revela em sua psicose como você é corajoso
E você apresenta conceitos como um prato de entrada
E você degusta as dúvidas deles como sobremesa
E sou simplesmente eu ou está quente aqui?

E você é como um Kennedy dos anos 90
E você tem apenas um milhão de anos de idade,
Você não pode me fazer de bobo
Lançarão opiniões como pedras em um desmoronamento
E tropeçarão a sua volta como hipócritas
E sou simplesmente eu ou está escuro aqui?

Você pode nunca ser ou ter um marido
Você pode nunca ter ou segurar uma criança
Você aprenderá a perder tudo
Nós estamos temporariamente em harmonia

E você é como um Noé dos anos 90
E riram de você enquanto você guardava todas as suas coisas
E se perguntam por que você é frustrado
E se perguntam por que você é tão nervoso
Sou simplesmente eu ou você está cheio disso?

E Deus te abençõe nas suas viagens
Nas suas conquistas e dúvidas

Raul Gondim
Alanis Morissette - No Pressure Over Cappuccino

12 junho 2005

Só sei que nada sei...


E se disser mais alguma coisa já será muito.

05 junho 2005

LEÃOZINHO


GOSTO MUITO DE TE VER LEÃOZINHO
CAMINHANDO SOB O SOL
GOSTO MUITO DE VOCÊ LEÃOZINHO
PARA DESENTRISTECER LEÃOZINHO
O MEU CORAÇÃO TÃO SÓ
BASTA EU ENCONTRAR VOCÊ NO CAMINHO

02 junho 2005

Coração Partido


Hoje eu acordei sentindo uma grande dor no peito. Sentei-me na cama e coloquei minha mão sobre meu peito e perguntei ao meu coração:
O que vc tem? Porque está tão inquieto dentro de mim?
Fiquei uns minutos em silêncio e ai foi minha alma a começar a ficar inquieta...
Perguntei a ela...
O que tens?
Porque se atormenta dentro de mim?
Minha alma disse: Estou assim porque você está assim:
Você me faz perguntas, mas não tenho as respostas e sei que isso a faz infeliz... Você se sente tão pequena, e isso me faz pequena também... Você queria ser diferente, e eu fico triste por você... Você está tão só, e eu me sinto sem você...
Mas uma vez tornei a ficar em silêncio... E foi ai que meu coração meio confuso me respondeu:
Estou triste...Me sinto tão pequeno... Estou magoado com você!
Fiquei sem jeito e perguntei... O que foi que eu te fiz?
Ele respondeu... Você sofre tanto com as pessoas, preoculpa-se com elas, é atenciosa, procura ser prestativa, e na maioria das vezes sempre te decepciona... Você ama e depois sofre e fala que a culpa é minha... Você espera por algo que não vem, e fica triste... Ai você chora que dói é em mim. Preciso de curativos para um coração partido. Curativos bons.
Perguntei ao coração..."como assim bons curativos"?
Ele respondeu... Curativos que estanquem essa sua tristeza, essa sua mágoa, essa sua solidão... Que estejam com você nos dias frios, e na noite vazias nos dias de tempestades e nas horas que você se sentir tão só... Que eles sejam tão grandes que possam envolver seu corpo em um abraço cheio de ternura e que você se sinta segura e amparada... Curativos que te faça sentir o quanto você é especial e amada, mesmo que você não tenha sentido esse amor, nem de seus próprios pais... Preciso de bons curativos, que não seja eterno, afinal nada é pra sempre, mas que não seja descartável... Curativos que absorvem esse sofrimento, e essa dor... Essa ferida que não se vê, mas apenas se sente... Que sejam fortes, a prova dágua, para que não estragam com suas lágrimas, que sejam macios, para te fazer carinho nos dias em que você sentir carente... Curativos que acima de tudo nunca te decepcione, prometendo coisas que não cumprem. Curativos companheiros e sinceros, que se importem realmente com você... Não quero pena, quero amor... Amor de verdade. Preciso que você também se ame, e prometa que vai procurar cuidar mais de mim. Pois sou parte de você, e se você sofre, eu também sofro... Queria poder colocar você dentro de mim, secar suas lágrimas e ninar você... Dizer-te que tudo vai passar, e te proteger das decepções da sua vida. Afinal você já sofreu tanto, que nem sei como ainda consigo bater forte em seu peito... Você é especial... Pena... Ninguém percebeu isso! Talvez seja porque você não demonstre sentir isso na sua vida... È por isso preciso de curativos para um coração partido...

Desconheço a Autoria!