31 outubro 2005

Em branco


Já faz algum tempo que alguém saiu batendo a porta.
Não mais ouvi, vi. Não há rastro.
Ficaram algumas palavras não ditas, papéis espalhados. Estes, guardei, tão bem, que ninguém mais toque nem mesmo as minhas mãos.
O que há de concreto é o que se eterniza no abstrato, lembrança, viva ou morta.
O espaço que hoje permanece ali, onde que se fala mesmo? Do lado esquerdo do peito, né. Desocupado. Em branco, aguarda novo morador, não qualquer um, mas aquele que se adeque ao espaço, que saiba como preenchê-lo, que saiba pintar com cores na medida certa, que risque as paredes com sábias palavras.
Com essas palavras descrevo, por hoje, o espaço em branco.



E assim me desenlato!

21 outubro 2005

[Re]Começo

Bem, aqui estou dando continuidade ao meu blog, na verdade no vício de blogar, pois este é um novo endereço para uma atividade velha.

Estou me acostumando com o jeitão do blogspot, que me é só mais conhecido através dos amigos, então peço paciência para eventuais erros ou problemas de configuração por aqui.

Estarei, também, publicando posts antigos vindos do outro endereço e que eu faço questão de gravar, e tentando trazer os comentários das pessoas que me visitam, que tanto me contentam como fazem desse blog um espaço melhor, e que eu quero guardar com carinho.

Beijos pra quem leu e vamos recomeçar...

18 outubro 2005

Relicário


Ando bastante musical esses dias... então, nada melhor que uma música traduza o que sinto e cujas palavras mostram-se mais acertadas e suaves do que aquelas, que hoje aqui, o meu íntimo seria capaz de proferir.

Relicário

É uma índia com um colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o a de que cor
O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Com o gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou
O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso desse amor

Corre a lua, por que longe vai?
Sobe o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite
Por que está amanhecendo?
Peço o contrário, ver o sol se pôr
Por que está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Dura a semente dura o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou
O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor
O que você está dizendo?
Um relicário imenso desse amor

O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que que está fazendo assim?

Cássia Eller, por Nando Reis

15 outubro 2005

Domingo no Parque (Pra uma sexta-feira perfeita)


E quasifechando a semana, essa sexta-feira foi p e r f e i t a ! ! !

Trabalho entregue e apresentado e fim de noite regada à música, música da boa, de boca, Banda de Boca. (Se tiver oportunidade ASSISTA!)

Ah! E Fafa, obrigada pela companhia, foi bem divertido! rsrs

E pra coroar a noite uma música vinda assim quase que como homenagem... a mim!? Muita pretensão! Mas bem que veio a calhar... Uma raridade, fala de Juliana, uma graça, e nada se parece com uma outra tão mais na boca do povo e que aqui nem merece considerações. Mas esta sim...

Domingo no Parque

O rei da brincadeira (ê, José)
O rei da confusão (ê, João)
Um trabalhava na feira (ê, José)
Outro na construção (ê, João)
A semana passada, no fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde saiu apressado
E não foi pra Ribeira jogar capoeira
Não foi pra lá, pra Ribeira, foi namorar
O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou
Juliana Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João
O espinho da rosa feriu Zé
E o sorvete gelou seu coração

O sorvete e a rosa (ô, José)
A rosa e o sorvete (ô, José)
Foi dançando no peito (ô, José)
Do José brincalhão (ô, José)

O sorvete e a rosa (ô, José)
A rosa e o sorvete (ô, José)
Oi, girando na mente (ô, José)
Do José brincalhão (ô, José)
Juliana girando (oi, girando)
Oi, na roda gigante (oi, girando)
Oi, na roda gigante (oi, girando)
O amigo João (João)
O sorvete é morango (é vermelho)
Oi girando e a rosa (é vermelha)
Oi, girando, girando (é vermelha)
Oi, girando, girando...
Olha a faca! (olha a faca!)
Olha o sangue na mão (ê, José)
Juliana no chão (ê, José)
Outro corpo caído (ê, José)
Seu amigo João (ê, José)
Amanhã não tem feira (ê, José)
Não tem mais construção (ê, João)
Não tem mais brincadeira (ê, José)

Gilberto Gil - Arranjo Fábio Eça

11 outubro 2005

Menu: Amor e Paixão

Será que esta imagem ajuda ou terei que desenhar? rsrsrs

Menu:

Amor: do Lat. Amore s. m., Afeição profunda. O objeto dessa afeição; pessoa amada. Inclinação da alma e do coração. Zelo; cuidado; afeto.
com -: com muito gosto, com zelo; fazer -: ter relações sexuais;

Paixão: do Lat. passione, sofrimento s. f., Sentimento excessivo; amor ardente; afeto violento; entusiasmo; cólera; grande mágoa; vício dominador; alucinação; sofrimento intenso e prolongado.

Aaahhh eu quero um amor. Um amor calmo, moroso, que causa brilho nos olhos, de abraço envolvente e carinho sonolento. Quero sentir aquele calorzinho no peito. Eu quero beijos de amor. Beijo doce, lento, brincalhão, delicado e demorado. Eu quero diálogos de amor sinceros, divertidos, de olho no olho, fala mansa, compreensão. Eu quero um amor de cores e flores, música e poesia. E que a saudade seja suprida por dois corações que andam sempre juntos. Eu prefiro o amor em que posso fazer uma, duas, três... noites de paixão.

Um Amor pra mim, por favor!

10 outubro 2005

All Star


Um pouco do que é bom nessa vida...


Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viraria doce para os novos lábios
Colombo procurou as Índias
Mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje

Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua
Como ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas pra tua voz
Parece exato

Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra Laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali
E entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar
Não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem
Ficou pra hoje

Nando Reis e Cássia Eller

02 outubro 2005

Entre uma janela e outra...

Olivier Taugourdeau

Aí que moram a dúvida e a preocupação contigo.
Se não quiseres me contar não tem problema.
Eu observo daqui, do limiar da minha janela,
o quanto me for possível,
o que acontece aí do lado de dentro da tua.
Tu nem desconfias, mas apesar do pouco,
ainda me é uma tarefa prazerosa.
Vício incessante.

Quando resolves olhar pra fora
dos teus limites auto-impostos,
do apressar do coração disparo a ti
um sorriso, assim meio tímido.
E traz-me uma alegria imensurável
quando resolves, um tanto surpreso, retribuir.

Olha pra fora, sinta,
e verás que não estás tão sozinho,
alguém vive a te observar.