29 junho 2005

Sobre não ser compreendida

As dores me inspiram
Dúvidas me flagelam
Queria saber escrever de alegrias, de esperanças,
mas esses sentimentos ficam nos olhos e as angústias no peito de quem sente.

Do que adianta me entregar se quem me escuta não me ouve
O destinatário lê e finge que não entende.
Creio que não é preciso ser mais clara
Ser mais clara é ser mais transparente do que tenho sido,
é dar meu coração ao alvo de um arqueiro.
Não posso permitir mais que esse pedaço de carne seja destruído.

Vou esquecer, assim como ainda tento esquecer lembranças do passado
Vou ser dura, assim como as armaduras de outro tempo
Mas não me julgue, depois, por frieza e egocentrismo
Lhe dou mais do que merece.

Peço forças para que eu não permita que seja mais uma vez pisada.
Não sei brincar de sentimentos.
Peço forças para que eu seja ainda mais forte do que eu,
e coragem para me amar mais do que a outro.