09 setembro 2005

Metamorfose



Não falas assim comigo,
Não finjas que não me escuta,
Não me dê às costas.
Não quero respostas vagas sobre tua vida.
Tu não me entendes e finges que não sentes,
Não me conheces e nem quer saber.

Não sou perfeita e nem faço disso uma obrigação,
Mas confesso, por ti eu me arriscaria,
E eu mudaria a vida.
Tu não me entendes e finges que não sentes.

Veria o pôr-do-sol mais vezes só pra te lembrar

Nomearia uma estrela pra te iluminar no escuro
Enfeitaria tua casa de flores pra acariciar tua alma
Seria teu escudo pra te proteger dos males
E aprenderia o bálsamo que ameniza tuas dores.

Eu fugiria todas as noites do berço meu,
Me converteria em sombra,
Tomaria conduções obscuras,
Percorreria caminhos mundanos.

Arriscaria toda uma vida
Só para ter por algumas horas
O aconchego dos braços teus,
Porque ainda assim,
Em meio às transformações,
Eu não esqueço que sou mulher.
Mas tu não me entendes e finges que não sentes.