02 novembro 2005

Balanço solitário em um mundo sem cores


Estática, é assim que me sinto.
Não faltam idéias, aquelas que ficam só no plano, pouco do que se concretiza.
Mas como dizem, já dei o primeiro passo. Ainda que tenha saído apenas do limiar da porta dos meus limites auto-impostos. Mas eu quero mais, muito mais. Quero poder sonhar e vê-los se realizar. Ok, talvez sem tantos efeitos especiais, sem tanto drama, nem tanto romantismo, ok... ou que seja! Eu quero poder realizar ao menos o que dependa só de mim, porque o que ainda depende dos outros, bem, aí realmente não depende só de mim... E não estou pedindo que nada caia do céu! Só peço força, coragem, as coisas eu faço do meu jeito mesmo.
Talvez assim eu saiba então o que é realmente viver, porque sonhar a vida eu já cansei de saber. E eu que um dia falei que os sonhos me eram necessários pra sobreviver, hoje percebo que só viver deles não funciona.

Mas ainda há muita coisa...
Nos últimos dias percebi, não que já não tenha percebido antes, mas parece que ultimamente as coisas têm sido mais intensas, mais claras, e até a minha visão mais aguçada. Dei-me conta de tão próxima a hipocrisia. Tentei, juro que tentei, e fui compreensiva o quanto minha ingenuidade me permite. As pessoas tentam parecer o que não são, aliás, tentam não, apenas dizem ser tal e tal o que na prática não são. Na verdade muitas nem tentam, tamanho o atabalhoamento. Ainda penso que elas nem tenham total culpa, mas talvez seja o que elas sabem da vida, o que aprenderam ou assim o mundo as faz assimilar. Sabem delas, do umbigo delas e ponto final! Porque custa bem mais perder um tempinho com o outro: aconselhar, ao menos escutar e ser compreensivo sem julgar, oferecer o ombro, custa até esboçar algum sorriso. Só falta dizer: fala com a minha mão!Eu fico embasbacada com tamanha indiferença, e a conclusão que chego é o que eu já tinha uma leve impressão.
“Vivo” em um mundo. Só.