25 setembro 2007

Dia de beijos e abraços

Hoje eu entendi porque os aniversariantes batem palmas e cantam feliz aniversário como se fosse para outro alguém se justamente naquele momento eles não precisam fazer nada, apenas receber a homenagem. Eu já comecei a fazer isso, e percebi que com o passar dos anos a gente passa a ficar sem graça nessa hora e ficamos preocupados com um milhão de coisas enquanto todas aquelas pessoas ficam olhando com o maior sorriso para nossa cara. Acho que também tem outros motivos, diferente de quando éramos crianças, a mesa já não possui aqueles enfeites brilhosos ou gigantes que distraem e escondem o aniversariante, não há mais tantos docinhos espalhados pela mesa para tomarmos conta e não deixar nenhum coleginha comer antes de terminar a cantoria e as luzes se acenderem novamente, também não dá mais pra desviar a atenção daquele infindável instante pensando no momento mais prazeroso que era abrir a montanha de embrulhos coloridos e barulhentos, descobrir o que tem dentro e tentar adivinhar quem nos presenteou. Porém, quando se é criança tudo passa depressa. Então, hoje ficamos com aquela cara de paisagem, um sorriso amarelo nos lábios, tentamos percorrer os olhos em todos os presentes, acabamos cantando o parabéns por impulso enquanto não sabemos onde deixar as mãos, e até o final da música quando vemos já estamos batendo palmas. O aniversário é de quem afinal? – se pergunta um lunático. Agora, o que nunca muda é a mania de cantarem aquela velha musiquinha do com quem será, que se já não bastasse achar-se um estranho no próprio aniversário ainda nos deixa mais sem graça, principalmente se o paquera estiver presente, e talvez só ele não saiba disso. Hoje o dia será longo e quando ele acabar desejarei vivê-lo novamente.